Mater Dei

~ Cultura católica em tempos pós-cristãos

Mater Dei

Arquivos Mensais: fevereiro 2017

POETAS CATÓLICOS BRASILEIROS NOS ANOS 30

26 domingo fev 2017

Posted by José Carlos Zamboni in Sem categoria

≈ 2 Comentários

tempo-e-eternidadeComo compreender o surgimento, na década de Trinta do século XX, de tantos escritores e poetas brasileiros explicitamente católicos? Os dois veios temáticos recorrentes do modernismo brasileiro — crítica à cultura burguesa e valorização das idiossincrasias regionais — de certo modo continuaram, nos anos trinta, sob novo enfoque. E, se renascia a ficção urbana, tanto a costumista como a psicológica, apareceria a seu lado uma nova corrente, tanto na poesia como na prosa, com um novo assunto, que não figurava no programa modernista: eram os problemas do pecado, da Graça e do destino eterno do homem, abordados por escritores católicos, geralmente sobre o pano de fundo da classe burguesa.

O renascimento da espiritualidade brasileira, sobretudo do pensamento católico, irrigaria um vasto território literário a partir de trinta. Essa tendência foi bastante auxiliada pela fundação do Centro Dom Vital e de sua revista A Ordem, criados em 1922 (mesmo ano da exageradamente famosa semana paulista) pelo pascaliano Jackson de Figueiredo, morto prematuramente em 1927 e principal responsável pela conversão de Alceu Amoroso Lima, que assumiria em 1928 a direção do centro e da revista no lugar de Jackson. Num país em que os principais críticos literários eram homens sem fé religiosa, ou já sem entusiasmo pela fé, a militância católica de Alceu de Amoroso Lima foi uma extraordinária novidade, de extensa repercussão.

Ainda está por ser feito o estudo definitivo da importância, para o pensamento brasileiro, do Centro Dom Vital, cujo nome era uma homenagem ao bispo pernambucano que muito lutou em sua época contra a influência da maçonaria no clero brasileiro; e de sua revista — que ecumenicamente acolhia ensaístas não católicos —, responsáveis pela criação de uma mentalidade cultural cristã disposta a discutir a realidade contemporânea e nela influir. Direta ou indiretamente, muito influenciou a corrente literária dita espiritualista, mas basicamente católica, que reunia nomes como Murilo Mendes, Jorge de Lima, Cornélio Pena, Lúcio Cardoso, Octavio de Faria (cunhado de Alceu), Gustavo Corção, Plínio Salgado, Augusto Frederico Schmidt, e até o Vinícius de Moraes da primeira fase. Não se deve excluir desta lista o poeta Manuel Bandeira, que foi recuperando a fé à medida que envelhecia — até aparecer, numa de suas últimas fotos, abraçado a um crucifixo —, nem Mário de Andrade, católico que parecia não o ser.

É preciso não esquecer que esses romancistas e poetas eram contemporâneos do modernismo, mas caminhavam quase todos noutra direção, mais disponíveis a voos metafísicos do que a mergulhos etnológicos na cultura nacional, embora sofressem aqui e ali alguma influência das vanguardas europeias.

No caso de nossos “poetas em Cristo”, não tinham algo de novo a dizer, mas algo permanente sob nova roupagem. O mais uniforme desses poetas católicos foi, sem dúvida, o curitibano Tasso da Silveira, filho do poeta simbolista Silveira Neto. Também escreveu romances, dramas, ensaios, mas sua obra se encontra, infelizmente, esquecida dos editores e do público. Além de hábil manipulador das formas fixas, seu verso livre tem, nos melhores momentos, uma admirável plasticidade e um senso do ritmo próprio de quem conhece o ofício. Em certos momentos, logrou fundir o integralismo de Plínio Salgado com o versos larguíssimos de Walt Whitman. Se a dispersão neorromântica ameaça a sua produção desse período, a sua poesia retornou, nos últimos livros, com surpreendente amadurecimento, às formas fixas do início, resultando nos belos, clássicos e densos poemas de Puro canto e Regresso à origem. Quando o melhor de Tasso for reeditado, os futuros leitores de poesia tombarão de espanto (na remota hipótese dessa espécie, a dos leitores de poesia, sobreviver aos predadores culturais desta e das próximas décadas).

Quanto a Jorge de Lima, que também foi pintor e romancista, em suas obras da maturidade dialogaria com as Sagradas Escrituras e a tradição da Igreja, extraindo delas um rico material para suas ideias e imagens, depois de uma experiência tipicamente modernista, de louvor às coisas regionais e elogio da miscigenação. O agnóstico Drummond foi um bom poeta para o “chão de ferro” do nosso tempo. Jorge de Lima, sobretudo o de A túnica inconsútil — e, de maneira velada, hermética, quase surreal, em Invenção de Orfeu — é um poeta voltado para o alto, para a eternidade, num tenso diálogo com as coisas permanentes. É isto que o poeta alagoano tinha e ainda tem a nos oferecer.

Já Murilo Mendes foi um católico progressista. Tinha pouco domínio sobre a versificação tradicional e destacou-se no verso livre, muito marcado pelo surrealismo e outros movimentos artísticos de vanguarda. Gostava de experimentar novos caminhos, e muitas vezes se perdeu na busca. Sua poesia, que se esforçou pateticamente por conciliar a doutrina cristã com o marxismo e a psicanálise, antecipou em alguns aspectos o espírito da “teologia da libertação”, o que faria de Murilo o mais palatável desses poetas católicos junto ao público acadêmico.

Augusto Frederico Schmidt foi outro grande poeta católico desse período, ideologicamente oposto a Murilo, mas com ele igualando-se no desinteresse das técnicas tradicionais do verso. Rico empresário, descendente de judeus, tinha porém em Cristo a chave e a medida de sua poesia, de cadências largamente bíblicas que ora lembravam Péguy, ora Claudel, mas que traziam a sua inconfundível marca pessoal, como, por exemplo, no uso muito criativo da repetição, de grande efeito rítmico.

Finalmente, Vinícius de Moraes, que trocaria a Congregação Mariana da juventude pelo animismo dos terreiros de candomblé. O futuro grande letrista de sambas tentou ser poeta metafísico, fez no início alguns belos poemas com cadência bíblica e inspiração cristã, mas o apelo da transcendência era demais para sua energia difusamente panteísta, de vitorioso atleta do sexo, e se encaminhou cada vez mais para o seu próprio e inelutável destino, o de poeta da MPB, cujas letras de música, a partir dos anos cinquenta, fariam escola. Uma escola sob muitos aspectos nociva, pois dava a impressão de que a poesia em vinil substituiria finalmente a poesia impressa. Foi nisso que gastou todo o seu talento: na exiguidade das letras de música, em que pôde exprimir livremente o seu paganismo afro-brasileiro. Não tinha nascido para o ar rarefeito do lirismo cristão: era prato raso demais para tão nobre sopa (para usar uma imagem do católico Cornélio Pena a propósito do agnóstico Marques Rebelo).

(Trecho de ensaio publicado na revista Nabuco)

Oração

25 sábado fev 2017

Posted by acassiodoro in Sem categoria

≈ Deixe um comentário

oratio

Ó Deus,

Criador do Céu e da Terra,

Ato Perfeito, pureza perfeita,

Sabedoria infinita

que nos orienta, nos guia

na curta existência terrena.

Ó Deus,

Que é causa e efeito de tudo,

o que existe e existirá.

Em ti nada falta,

tudo abunda na sua perfeição.

Ó Deus,

Eu que sou o oposto de Ti,

Criatura em que tudo falta,

em que tudo é potência

à espera de atualização,

rogo-te:

Dai-me sabedoria, inspiração,

inteligência para que possa

compreender e realizar

os Teus desígnios.

 

Apologética Cristã

21 terça-feira fev 2017

Posted by dimascovas in Sem categoria

≈ Deixe um comentário

apologetica

O temo apologética, como usado neste blog, não se refere à matéria ensinada nos cursos de teologia. O termo é empregado aqui para significar a defesa do cristianismo, particularmente do catolicismo, no meio universitário visto que muitos dos que escreverão neste espaço são professores universitários, pesquisadores e cientistas profissionais.

A apologética cristã, de forma geral, é uma necessidade vital, em minha opinião, nestes tempos conturbados em que vivemos uma crise sem precedentes.

Esta crise se manifesta com muitas faces: crise social, econômica, educacional, política, cultural, ambiental, etc, mas se expressa agudamente no sistema educacional, principalmente no ambiente universitário.

Nestes ambientes, a  crise da modernidade assume a configuração de verdadeira guerra civilizacional, de choque de visões de mundo antagônicas que não se resolverá pela síntese, pela incorporação de uma pela outra, mas sim pela destruição, pela erradicação de uma delas.

Estas visões antagônicas são na realidade princípios da própria definição do ser humano e serão determinantes para o rumo que nossa civilização tomará no futuro.
Trata-se de uma guerra, de uma luta de vida ou morte.

De um lado desta batalha temos o cristianismo e a sua tradição cultural que gerou a civilização ocidental e a seu enorme progresso.

Do outro lado temos a negação do cristianismo em favor de um materialismo cientificista que nega a existência do espírito em quaisquer de suas manifestações. A natureza do universo é material em todas as suas manifestações e Deus não existe.

A negação de Deus, este materialismo abjeto característico da modernidade, vem transformando o homem, de ser divino, de ser espiritual, em animal, em corpo biológico desprovido de qualquer transcendência; animalidade rebaixada, obediente  a esquemas sensórios e psicológicos reativos cujo funcionamento independe de qualquer valor absoluto ou divino: temos aqui o homem máquina de Descartes ou o zumbí pós-moderno que se liquefaz no tempo e no espaço, vítima do utilitarismo destrutivo de suas próprias fraquezas.

O resultado desta visão desestruturante  é a queda do homem, a queda da civilização que conhecemos e dos seus conceitos mais vitais: valores, família, justiça, paz, caridade, respeito, gratidão, religião, Deus. Conceitos que não mais tem significado absoluto visto que o homem moderno está sendo elevado a ser a medida de todas as coisas como propunha Protágoras.

Como mencionado anteriormente, o embate destas forças é agudo na Universidade, paradoxalmente a maior criação secular da igreja católica; ali é que o cientificismo – a face perversa e irracional da ciência materialista – tenta abolir e proibir todo o pensamento teológico, cristão, católico e mesmo deísta.

A universidade moderna, materialista, ateia, antirreligiosa  é muitas vezes, entretanto, adepta desta religião sem deus descrita apropriadamente pelo termo “cientificismo”: a religião materialista que presta culto ao deus “ciência”.

Este blog é motivado pela defesa da visão cristã e, particularmente da visão católica do universo. Não interessa aqui a defesa dos dogmas cristão visto que os envolvidos, na sua maioria, não são teólogos; importa aqui o combate à visão unilateral e, na minha visão, equivocada da matéria como principio primeiro do Universo e tudo que dele decorre.

Este combate não se fará com argumentos de autoridade ou de fé, mas com argumentos filosóficos e científicos originados da ciência verdadeira, aquela que examina e tenta explicar o universo, mas que se recusa a fixar verdades eternas dado o caráter provisório de suas conclusões.

Os estudantes universitários, os professores, os intelectuais, católicos ou não, estão convidados a participar e contribuir com o debate.

Virtudes Esquecidas

20 segunda-feira fev 2017

Posted by acassiodoro in Sem categoria

≈ Deixe um comentário

cardinal

Os males de nosso tempo são muitos e variados. Nossos valores tradicionais estão derretendo a olhos vistos. O que antes era o certo, hoje parecer ser o errado e vice-versa, o que antes era errado hoje parece o certo. De forma geral, nossa sociedade parece, cada vez mais, estar de cabeça para baixo.

Porque estamos nesta situação? O que deu errado com este país tão grande e tão rico?

Porque não conseguimos superar este estado calamitoso de coisas?

As respostas são muitas e variadas. Mas para mim uma, em particular, está na raiz do problema.  Estamos deixando de viver uma vida virtuosa. Cada um de nós, aos poucos, estamos perdendo a noção do que é virtuoso, do que é o bem e de como devemos viver.

Na realidade não se fala mais em virtudes. Falamos e ouvimos falar muito dos pecados que cometemos todos os dias, mas não sabemos mais o que é a virtude. Não sabemos mais que a virtude é o contrário do pecado. Não somos mais ensinados, nem pela família, nem pela escola, nem pelas religiões, sobre a virtude. Como resultado, cada vez menos os hábitos virtuosos são praticados.

Mas o que é a virtude?

A virtude é a orientação para o bem; a orientação para a prática das boas ações. A orientação geral que deveria nos mover, que deveria nos orientar pela vida.

Estamos deixando de ser virtuosos e nos transformando apenas em pecadores, apenas em pessoas sem qualidades morais, sem valores verdadeiros, orientados apenas por desejos egocêntricos.

Não sabemos mais distinguir o que é o vício e  pecado, daquilo que é a virtude e a justiça. Vivemos em confusão, perdidos num mundo que às vezes parece sucumbir diante de tanta iniquidade. Viver bem e melhor significa, antes de tudo, viver virtuosamente.

Mas quais são estas virtudes abandonadas, esquecidas e que tanto falta nos faz?

São poucas:

Coragem, Verdade, Honra, Fidelidade ou Lealdada, Disciplina, Hospitalidade, Perseverança, Laboriosidade e Independência.

Segundo Santo Tomas de Aquino as virtudes são sete.

Três delas são as chamadas Virtudes Teologais, aquelas que vem diretamente de Deus:

Fé, Esperança, Caridade ou Amor

Quatro são humanas, aquelas que devem ser buscadas constantemente para a perfeição humana:

Prudência – disposição para identificar o bem e agir em sua função. É a virtude mãe.

Justiça – vontade de dar aos outros o que lhes é devido.

Fortaleza – firmeza na dificuldade e constância na procura do bem.

Equilibrio – moderação no uso dos recursos colocados ao nosso dispor.

Estas virtudes, como se observa, constituem exatamente o lado humano de nossa existência, o sal da terra como diriam os sábios, aquelas razões intrínsecas que poderiam melhorar e dar sentido ao nosso viver nestes tempos de caos e dor.

(Postado originalmente no blog Paralaxes)

São Bento e a fundação do Ocidente

20 segunda-feira fev 2017

Posted by José Carlos Zamboni in Sem categoria

≈ 1 comentário

abadia

Havia, à época de São Bento, duas formas de praticar-se a solidão monástica: a eremítica e a cenobítica. São Bento, nascido de família nobre quase quinhentos anos depois de Cristo, em pequena cidade perto de Roma, teve uma educação bem cuidada. Ainda jovem, sentiu o chamado para a vida eremítica, própria dos que se isolam em lugares desertos, rezando e fazendo penitência. Fez-se monge eremita, não demorando porém a perceber, por inspiração divina, que seu caminho era outro: a vida comunitária (ou cenobítica). Essa troca foi fundamental para a vida de todos nós, como veremos a seguir.

São Bento, a partir de então, dedicará toda a sua vida a fundar mosteiros, a começar pela grande Abadia de Monte Cassino. Funcionavam regidos por um estatuto que ele mesmo redigiu, conhecido como “Regra de São Bento”, que delimitava os princípios da vida e da espiritualidade beneditina, cuja base era deixar sempre Cristo em primeiro lugar (Christo nihil praeponere). A comunidade beneditina tinha como propósito fundamental conduzir seus membros à união íntima com Deus, pela prática da oração e a conquista da vida virtuosa, sem desprezo, porém, pelo trabalho material e intelectual. Sua filosofia está condensada em sentença que ficou famosa: “Ora et labora” (Reza e trabalha).

Um monge que vive em comunidade deveria dosar, obviamente, solidão e convivência. A razão do sucesso da ordem religiosa fundada por São Bento estava justamente na integração de valores aparentemente discordantes, como o isolamento e a comunidade, o trabalho e a oração, vida prática e vida contemplativa, razão e ação.

São Bento viveu à época da queda do Império Romano, quando o mundo civilizado corria o sério risco de desaparecer e viver sob a mais completa barbárie. De fato, algo mais ou menos parecido ocorreu na História: os povos bárbaros, entre os séculos VI e VIII, passavam sobre o Ocidente como uma máquina de rolo compressor, destruindo o grande patrimônio cultural que gregos e latinos tinham legado à humanidade: o pensamento lógico e a ordenação jurídica da sociedade.

Outros, porém, eram os planos de Deus. As forças das trevas não venceriam. De fato, não venceram: a fé cristã ergueu das ruínas romanas uma nova civilização, juntando à filosofia grega e ao direito romano a sua nova mensagem, cuja base era a crença na vida eterna e a idéia do ser humano como pessoa inviolável.

Os monges provinham de todas as classes sociais: eram nobres e plebeus, operários e camponeses, cultos e analfabetos. Um grande respeito pelo estudo e pela pesquisa foi o traço distintivo da ordem beneditina, que transformou os monastérios medievais em verdadeiras ilhas de cultura, espalhadas por toda a Europa — trincheiras de uma guerra santa, em que as principais armas eram a oração, o trabalho e o estudo. A cópia perseverante de manuscritos antigos ligava o passado ao presente, impedindo que desaparecessem as lições do passado. A necessidade de sobrevivência obrigava os monges a preparar a terra e plantar, a maioria das vezes em terrenos inóspitos, levando-os a descobrir novas técnicas agrícolas. Foram pioneiros da pesquisa científica, e as escolas monásticas se transformaram em embriões das futuras universidades, fundadas pela Igreja a partir do século XII (e que, mal fundadas, já começariam a trair a sua natureza).

Mas nada disso teria ocorrido sem a força da oração, sem o contraponto da vida contemplativa, combustível espiritual que abasteceria essa grande máquina de fabricar cultura que foi a Ordem Beneditina. São Bento não tinha em mente fundar uma nova civilização, mas somente conservar os valores básicos do cristianismo, mas, ao fazer isto, criou a maior civilização da história humana: a ocidental. Jesus Cristo, através da Igreja Católica, será sempre a principal fonte das coisas boas, das coisas belas e das coisas verdadeiras.

Gustavo Corção

20 segunda-feira fev 2017

Posted by acassiodoro in Sem categoria

≈ 1 comentário

gustavo-corccca7acc83o-628x400

Recentemente conheci três obras de Gustavo Corção, grande pensador brasileiro do século XX, talvez um dos maiores. Os livros em questão são: Dois Amores e Dois Mundos (volumes 1 e 2) e o Século do Nada. Juntamente com “A Descoberta do Outro” que já havia lido, estes livros me revelaram um pensador católico de profundidade e fecundidade abissais quando comparado com a média brasileira.

Corção revela, em vários momentos, sua admiração por pensadores como Chesterton e Jacques Maritain, luminares do pensamento católico do Século XX e que exerceram profunda influência sobre o seu pensamento.

A prosa de GC é clara, límpida e o seu raciocínio segue uma lógica impecável. Sua imaginação é fertilissima; as imagens que usa são belissímas, os exemplos apaixonantes.

Na minha adolescência, lá pelos idos de 1970, ouvi falar de Gustavo Corção e também de Alceu Amoroso Lima, talvez os dois maiores pensadores católicos do Brasil. As notícias que tinha naquela época eram carregadas de preconceitos político-ideológicos; seus nomes eram citados como sinônimos de reacionarismo e atraso político, verdadeiros porta-vozes do carolismo católico.

No caso de GC, que agora conheço melhor, vejo claramente que ele foi vítima da patrulha comunista daquela época e também da atual. Somou-se a este preconceito a campanha de combate levada a efeito pela chamada Teologia da Libertação, outro nome do movimento comunistas infiltrado no clero católico..

O Brasil, país carente de intelectuais do porte de GC, não pode continuar olvidando este grande pensador e negar a sua existência. Ao contrário, faz-se necessário recuperar a sua obra e usá-la com pedra basilar na reconstrução da identidade to pensamento católico entre nós.

As obras citadas podem ser baixadas pela internet.

(Este post foi originalmente publicado no meu Blog “Paralaxes” e, agora, republico aqui neste Blog aceitando convite do Prof. Dimas Tadeu Covas)

A Igreja e a Educação

19 domingo fev 2017

Posted by dimascovas in Sem categoria

≈ Deixe um comentário

bento-xvi-noite

O Papa Bento XVI em uma de suas visitas aos EUA, especificamente à Universidade Católica da América declarou:

“A educação é integrante da missão da Igreja para proclamar a Boa Nova. Primeiro e mais importante é que toda instituição educacional católica é um local de encontro com Deus vivo, que em Jesus Cristo revela seu amor transformador e a verdade” (cf. Spe Salvi, 4)

Em sua mensagem à Convenção Diocesana de Roma em junho de 2007, escreveu:

“A educação católica é responsabilidade de toda a igreja. A totalidade da Comunidade Cristã, com todos os seus braços e componentes, é desafiada pelo importante objetivo de conduzir as novas gerações ao encontro com Cristo.

Vivemos em uma sociedade crescentemente materialista e secular que coloca em risco constante os ensinamentos e valores católicos.

A ênfase nos direitos individuais tem erodido o conceito de bem comum e nossa capacidade de convencer as pessoas a aceitar os ensinamentos revelados que não podem ser mudados por processos democráticos”.

Estes dois excertos  do grande Papa nos mostram  caminhos que a Igreja Católica deve seguir. O assunto é de fundamental importância para todo católico e para o mundo atual. Voltaremos a ele com frequência.

A Beleza de Deus

06 segunda-feira fev 2017

Posted by dimascovas in Sem categoria

≈ Deixe um comentário

beleza-de-deus

 

No meu quarto, solitário, ouço uma música de Ralph Vaughan Willians, uma variação sobre GreenLeaves; ao mesmo tempo, vejo imagens lindas: castelos, igrejas, palácios, construções magnificas e obras de arte clássica que permanecerão pela eternidade, como testemunhas da grandeza humana, do elevado patamar estético que a civilização ocidental e cristã atingiu.

Neste momento, sinto palpitar dentro de mim uma força serena, grandiosa, pura, que me irmana com todas as gerações de grandes homens que passaram pelo mundo e construíram tantas belezas inspirados apenas na bondade e pureza de seus corações.

Sinto-me como um monge no seu recolhimento espiritual, mas ao mesmo tempo conectado com o cerne do seu mundo.

Percebo que a  beleza existe dentro de mim e a partir dela encontro, por similaridade, por familiaridade, por amizade, a beleza fora de mim, como se ressoassem estas belezas, ou entrassem em consonância e então espalhassem para todo o meu espírito a paz, a tranquilidade, a sensação da grandeza de minha alma.

Procuro a fonte desta beleza, a origem primeira, o ponto alfa e concluo feliz e satisfeito que sou apenas um espelho que reflete a luz verdadeira, eterna, fonte inesgotável da beleza, da bondade e da verdade: Deus.

O Calvário e a Libertação

04 sábado fev 2017

Posted by dimascovas in Sem categoria

≈ Deixe um comentário

christ-on-the-cross-with-the-virgin-mary-magdalene-st-john-and-st-francis-of-paola-jpglarge

( Cristo crucifixado  de Nicolas Tournier)

Em Cristo crucifixado há a mais poderosa mensagem a irradiar-se para todo o universo: o mundo em que vivemos, o mundo material que nos chega pelos sentidos é ilusório, é apenas a aparência sensível do passageiro, da matéria degradável de que somos feitos.

A mensagem não poderia ser mais clara: o que permanece, o que é eterno é o verbo encarnado, o substrato da vida eterna, a alma, a centelha divina que Deus nos concedeu.

Cuidar da alma, nutri-la, engrandecê-la é a única tarefa que traz sentido para a vida neste mundo. A matéria, na forma do corpo mortal com suas fraquezas vai para a cruz; a alma cultivada, cristã, vai para o Reino de Deus. Simples assim.

Primeiro post do blog

04 sábado fev 2017

Posted by dimascovas in Sem categoria

≈ Deixe um comentário

catolico

Este é um Blog Católico destinado a ecoar a mensagem de Deus. Administrado por Professores Universitários Católicos tem como política editorial a postagem de artigos e mensagens destinados ao público universitário para reforçar a fé naqueles que já a receberam pela graça divina ou despertá-la naqueles que ainda relutam em se converter ao catolicismo. Em resumo é um blog destinado à apologética cristã. Comentários ou críticas contrários a este objetivo poderão não ser publicados.

Follow Mater Dei on WordPress.com

Arquivos

  • fevereiro 2023
  • janeiro 2023
  • dezembro 2022
  • novembro 2022
  • outubro 2022
  • setembro 2022
  • agosto 2022
  • julho 2022
  • junho 2022
  • maio 2022
  • abril 2022
  • março 2022
  • fevereiro 2022
  • janeiro 2022
  • dezembro 2021
  • novembro 2021
  • outubro 2021
  • setembro 2021
  • agosto 2021
  • julho 2021
  • junho 2021
  • maio 2021
  • abril 2021
  • março 2021
  • fevereiro 2021
  • janeiro 2021
  • dezembro 2020
  • novembro 2020
  • outubro 2020
  • setembro 2020
  • agosto 2020
  • julho 2020
  • junho 2020
  • maio 2020
  • abril 2020
  • março 2020
  • fevereiro 2020
  • janeiro 2020
  • dezembro 2019
  • novembro 2019
  • outubro 2019
  • setembro 2019
  • agosto 2019
  • julho 2019
  • junho 2019
  • maio 2019
  • abril 2019
  • março 2019
  • fevereiro 2019
  • janeiro 2019
  • dezembro 2018
  • novembro 2018
  • outubro 2018
  • setembro 2018
  • agosto 2018
  • julho 2018
  • junho 2018
  • maio 2018
  • abril 2018
  • março 2018
  • fevereiro 2018
  • janeiro 2018
  • dezembro 2017
  • novembro 2017
  • outubro 2017
  • setembro 2017
  • agosto 2017
  • julho 2017
  • junho 2017
  • maio 2017
  • abril 2017
  • março 2017
  • fevereiro 2017
fevereiro 2017
D S T Q Q S S
 1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728  
    mar »
Follow Mater Dei on WordPress.com

Estatísticas do blog

  • 129.014 hits

Receba atualizações

  • RSS - Posts
  • RSS - Comentários

Site desenvolvido com WordPress.com.

Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
  • Seguir Seguindo
    • Mater Dei
    • Junte-se a 147 outros seguidores
    • Já tem uma conta do WordPress.com? Faça login agora.
    • Mater Dei
    • Personalizar
    • Seguir Seguindo
    • Registre-se
    • Fazer login
    • Denunciar este conteúdo
    • Visualizar site no Leitor
    • Gerenciar assinaturas
    • Esconder esta barra
 

Carregando comentários...
 

Você precisa fazer login para comentar.