Os males de nosso tempo são muitos e variados. Nossos valores tradicionais estão derretendo a olhos vistos. O que antes era o certo, hoje parecer ser o errado e vice-versa, o que antes era errado hoje parece o certo. De forma geral, nossa sociedade parece, cada vez mais, estar de cabeça para baixo.
Porque estamos nesta situação? O que deu errado com este país tão grande e tão rico?
Porque não conseguimos superar este estado calamitoso de coisas?
As respostas são muitas e variadas. Mas para mim uma, em particular, está na raiz do problema. Estamos deixando de viver uma vida virtuosa. Cada um de nós, aos poucos, estamos perdendo a noção do que é virtuoso, do que é o bem e de como devemos viver.
Na realidade não se fala mais em virtudes. Falamos e ouvimos falar muito dos pecados que cometemos todos os dias, mas não sabemos mais o que é a virtude. Não sabemos mais que a virtude é o contrário do pecado. Não somos mais ensinados, nem pela família, nem pela escola, nem pelas religiões, sobre a virtude. Como resultado, cada vez menos os hábitos virtuosos são praticados.
Mas o que é a virtude?
A virtude é a orientação para o bem; a orientação para a prática das boas ações. A orientação geral que deveria nos mover, que deveria nos orientar pela vida.
Estamos deixando de ser virtuosos e nos transformando apenas em pecadores, apenas em pessoas sem qualidades morais, sem valores verdadeiros, orientados apenas por desejos egocêntricos.
Não sabemos mais distinguir o que é o vício e pecado, daquilo que é a virtude e a justiça. Vivemos em confusão, perdidos num mundo que às vezes parece sucumbir diante de tanta iniquidade. Viver bem e melhor significa, antes de tudo, viver virtuosamente.
Mas quais são estas virtudes abandonadas, esquecidas e que tanto falta nos faz?
São poucas:
Coragem, Verdade, Honra, Fidelidade ou Lealdada, Disciplina, Hospitalidade, Perseverança, Laboriosidade e Independência.
Segundo Santo Tomas de Aquino as virtudes são sete.
Três delas são as chamadas Virtudes Teologais, aquelas que vem diretamente de Deus:
Fé, Esperança, Caridade ou Amor
Quatro são humanas, aquelas que devem ser buscadas constantemente para a perfeição humana:
Prudência – disposição para identificar o bem e agir em sua função. É a virtude mãe.
Justiça – vontade de dar aos outros o que lhes é devido.
Fortaleza – firmeza na dificuldade e constância na procura do bem.
Equilibrio – moderação no uso dos recursos colocados ao nosso dispor.
Estas virtudes, como se observa, constituem exatamente o lado humano de nossa existência, o sal da terra como diriam os sábios, aquelas razões intrínsecas que poderiam melhorar e dar sentido ao nosso viver nestes tempos de caos e dor.
(Postado originalmente no blog Paralaxes)
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