O temo apologética, como usado neste blog, não se refere à matéria ensinada nos cursos de teologia. O termo é empregado aqui para significar a defesa do cristianismo, particularmente do catolicismo, no meio universitário visto que muitos dos que escreverão neste espaço são professores universitários, pesquisadores e cientistas profissionais.
A apologética cristã, de forma geral, é uma necessidade vital, em minha opinião, nestes tempos conturbados em que vivemos uma crise sem precedentes.
Esta crise se manifesta com muitas faces: crise social, econômica, educacional, política, cultural, ambiental, etc, mas se expressa agudamente no sistema educacional, principalmente no ambiente universitário.
Nestes ambientes, a crise da modernidade assume a configuração de verdadeira guerra civilizacional, de choque de visões de mundo antagônicas que não se resolverá pela síntese, pela incorporação de uma pela outra, mas sim pela destruição, pela erradicação de uma delas.
Estas visões antagônicas são na realidade princípios da própria definição do ser humano e serão determinantes para o rumo que nossa civilização tomará no futuro.
Trata-se de uma guerra, de uma luta de vida ou morte.
De um lado desta batalha temos o cristianismo e a sua tradição cultural que gerou a civilização ocidental e a seu enorme progresso.
Do outro lado temos a negação do cristianismo em favor de um materialismo cientificista que nega a existência do espírito em quaisquer de suas manifestações. A natureza do universo é material em todas as suas manifestações e Deus não existe.
A negação de Deus, este materialismo abjeto característico da modernidade, vem transformando o homem, de ser divino, de ser espiritual, em animal, em corpo biológico desprovido de qualquer transcendência; animalidade rebaixada, obediente a esquemas sensórios e psicológicos reativos cujo funcionamento independe de qualquer valor absoluto ou divino: temos aqui o homem máquina de Descartes ou o zumbí pós-moderno que se liquefaz no tempo e no espaço, vítima do utilitarismo destrutivo de suas próprias fraquezas.
O resultado desta visão desestruturante é a queda do homem, a queda da civilização que conhecemos e dos seus conceitos mais vitais: valores, família, justiça, paz, caridade, respeito, gratidão, religião, Deus. Conceitos que não mais tem significado absoluto visto que o homem moderno está sendo elevado a ser a medida de todas as coisas como propunha Protágoras.
Como mencionado anteriormente, o embate destas forças é agudo na Universidade, paradoxalmente a maior criação secular da igreja católica; ali é que o cientificismo – a face perversa e irracional da ciência materialista – tenta abolir e proibir todo o pensamento teológico, cristão, católico e mesmo deísta.
A universidade moderna, materialista, ateia, antirreligiosa é muitas vezes, entretanto, adepta desta religião sem deus descrita apropriadamente pelo termo “cientificismo”: a religião materialista que presta culto ao deus “ciência”.
Este blog é motivado pela defesa da visão cristã e, particularmente da visão católica do universo. Não interessa aqui a defesa dos dogmas cristão visto que os envolvidos, na sua maioria, não são teólogos; importa aqui o combate à visão unilateral e, na minha visão, equivocada da matéria como principio primeiro do Universo e tudo que dele decorre.
Este combate não se fará com argumentos de autoridade ou de fé, mas com argumentos filosóficos e científicos originados da ciência verdadeira, aquela que examina e tenta explicar o universo, mas que se recusa a fixar verdades eternas dado o caráter provisório de suas conclusões.
Os estudantes universitários, os professores, os intelectuais, católicos ou não, estão convidados a participar e contribuir com o debate.
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