1. UNIVERSIDADE PARA TODOS? O atual ministro da Educação, prof. Ricardo Vélez, acertou na mosca ao dizer que nem todos os alunos, saídos do ensino médio, são chamados à universidade e à vida acadêmica. É o que todas as pessoas, mais ou menos normais, sempre pensaram até pouco tempo. Não se trata de elitismo, mas de bom senso. Um indivíduo de inteligência mais prática do que teórica não necessita de estudos superiores para começar a vida profissional; bastam-lhe cursos que o habilitem nessa ou naquela área. A importância de uma profissão não provém da presença maior ou menor de elementos teóricos e abstratos, mas da dignidade com que é exercida.

Só mesmo a democratite — democracia infectada pelo vírus do igualitarismo — ousa promover cursos de habilitação profissional a “cursos superiores”, para que todos enfim se sintam “doutores”. Frentistas de postos de gasolina já perceberam muito bem o espírito da coisa e da época: para eles, todo mundo é doutor. Nunca foi tão fácil, no Brasil, conseguir um título de doutor: é só abastecer no posto mais perto de casa. (Cá entre nós, que ninguém nos ouça: atualmente, um título de doutor em Letras ou História, em universidade pública, não é lá muito mais difícil não).

O vírus do igualitarismo busca nivelar todas as pessoas, como se fossem máquinas, cantando o mesmo samba de uma nota só (como diria o Tom Jobim). Igualdade de direitos, sim e sempre. Igualitarismo massificador, não e nunca.

2. QUE DROGA DE UNIVERSIDADE! O fato é que a presença, na universidade, de alunos não talhados para os estudos superiores acaba, fatalmente, por dar resultados bem pouco acadêmicos: ser utilizados como “massa de manobra” da militância comunista ou do tráfico de drogas, quando não as duas coisas ao mesmo tempo.

Um campus de universidade pública tem tudo para se transformar em território livre das drogas. Com alunos e professores usando, nunca faltará gente para intermediar o comércio (alunos, funcionários e, por que não?, também professores). Nunca faltavam comentários sobre professores que se drogavam com os próprios alunos, sobretudo orientandos: iam da teoria revolucionária nas aulas à prática mais abjeta, partilhando a “cannabis” com os jovens discípulos, ao som de protesto político da MPB.

Um dos compositores mais queridos na universidade era o Aldir Blanc, sobretudo em sua parceria com João Bosco, de preferência na voz da Elis Regina. Um comunista pra Lênin nenhum botar defeito. No entanto, mais que comunista, Dr. Aldir Blanc é médico psiquiatra e sabe muito bem o que a droga pode provocar no organismo humano. Disse-o numa entrevista, há três anos:

“Droga nunca usei. Por ter vindo da psiquiatria, vi tanta coisa triste envolvendo droga, tanta gente pirando até mesmo com a pretensamente salutar maconha, que eu nunca fui chegado. Sempre tive um problema de sangramento nasal, então pra mim é intolerável a ideia de cheirar. Fiz uma vez uma experiência com maconha, que me deu uma sede e uma taquicardia desgraçada. Devo ter tomado umas dez cervejas pro coração serenar e pra língua voltar a funcionar. Então pra que que eu quero essa merda na minha vida?”(Entrevista a “O Globo” em 28/08/2016).

O diabo, mestre insuperável das inversões, sempre considerou o bem como coisa maléfica e o mal como expressão suprema do bem. Entre as comicidades involuntárias dos países comunistas, havia a de considerar como “corruptores da juventude” os poucos professores que faziam o bem, ou seja, ensinavam os alunos a pensar fora dos padrões limitados impostos pelo regime. Eram presos e enviados ao Gulag, quando não assassinados.

A verdade é bem outra. Se existe ambiente moralmente corrupto e corruptor é justamente o dos cursos universitários em que predominam docentes comunistas, especializados em virar de ponta-cabeça os valores que sempre foram tidos como legítimos e desejáveis.

Biblioteca da universidade de Bolonha