
O Senhor exagera, no Evangelho de hoje, quando afirma que não sabe o dia ou a hora em que voltará.
De vez em quando, Ele trata algum assunto de forma um tanto exagerada, para que possamos compreendê-lo melhor (v. Mateus 5, 34; 23, 9; Lucas 14, 26).
Seu ensinamento, nesta passagem, é que a “hora” exata não é importante. O fundamental é que não adiemos nosso arrependimento, que estejamos prontos para Ele, espiritual e moralmente, quando Ele vier. O Senhor seguramente virá — Ele mesmo nos diz — como um ladrão no meio da noite, ou como o dilúvio no tempo de Noé.
Na Epístola de hoje, Paulo também compara o tempo presente a uma caminhada em meio às trevas.
Embora ainda estejamos nas trevas, envoltos pela sombra da morte, eis que vimos surgir a grande luz de nosso Senhor, que veio viver no meio de nós (Mateus 4, 16; João 1, 9; 8, 12). Ele é a verdadeira luz, e a própria vida do mundo. E Sua luz continua a brilhar em Sua Igreja, a nova Jerusalém prometida por Isaías na primeira leitura de hoje.
Na Igreja, todas as nações se dirigem ao Deus de Jacó, para adorar e nutrir-se de sabedoria na Casa de Davi. Da Igreja brota a Sua palavra e os Seus ensinamentos — a luz do Senhor! — para que todos possam continuar em Seus caminhos, rumo àquele eterno dia que jamais verá o poente (Apocalipse 22, 5).
Pelo nosso batismo, nos tornamos filhos da luz e do dia (Efésios 5, 8; 1 Tessalonicenses 5, 5-7). É hora de começar a viver desta maneira, arremessando para longe as obras infrutíferas das trevas e os desejos da carne, sempre caminhando sob a luz de Sua graça.
A noite avança para o dia, no início deste novo Advento. Comecemos, outra vez, a partir dessa Eucaristia.
Como cantamos no Salmo de hoje, alegremo-nos na Casa do Senhor. Vamos dar graças ao Seu nome, aguardando Sua vinda, sabendo que, agora, a nossa salvação está mais próxima do que quando abraçamos a fé.
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