
O Brasil nasceu católico e, no espírito da Contra-Reforma, começou a ser moldado pelos jesuítas. Contra-Reforma, no fundo, significa Contra-Revolução. Portanto, o Brasil nasceu contrarrevolucionário, olhando mais para a Idade Média e o fim último da História (que é Deus), do que para a Modernidade.
Um país que nasceu sob o escudo da Santa Cruz (sinal da graça divina) não haverá de trocá-lo pela Foice & Martelo (símbolo marxista do esforço puramente humano) ou pelo Triângulo maçônico, ingenuamente confiante no poder das luzes humanas. Parafraseando Dostoievski, se diria que um ateu não pode ser brasileiro.
A Luz que verdadeiramente ilumina é a produzida pelo gerador sobrenatural. O esforço humano, sem a ajuda de Deus, resulta em trabalho vão e efêmero. Quando Frei Henrique de Coimbra celebrou a primeira Missa no Brasil, em 26 de abril de 1500, o país era entregue definitivamente a Deus através da Cruz. É por isto que o demônio esteve e está tão presente na cultura brasileira, procurando dominá-la: nosso espírito carnavalesco é fruto dessa busca de domínio.
Não faltaram investidas anticristãs no sentido de reconquistar a “terra brasilis”, na qual, antes da chegada dos portugueses, o Inimigo circulava muito à vontade, sem tantos obstáculos (antes da conversão a Cristo, nossos índios viviam sob o influxo permanente do tinhoso).
Uma investida importante foi a do “iluminado” Marquês de Pombal, ao expulsar os jesuítas, que até então representavam o principal força pedagógica e catequética do país.
O período imperial brasileiro, no século XIX, foi grandemente marcado pela maçonaria — de José Bonifácio ao Barão do Rio Branco —, cuja presença, por mais que tenha influído positivamente na organização política e social do país, foi nociva do ponto de vista espiritual.
O período imperial foi tão marcado pela maçonaria, que suas bases católicas foram corroídas. O desfecho não poderia ser outro, a não ser a troca do regime monárquico pelo republicanismo positivista.
O Brasil está novamente à beira do abismo, ameaçado de repaganizar-se. Não se trata, agora, de um simples retorno ao paganismo anterior a Cabral, o que seria impossível. O paganismo de hoje inclui elementos dos paganismos passados, como o panteísmo, o culto do corpo, o politeísmo, a pederastia; e elementos novos, desenvolvidos a partir destes, como a ideologia de gênero.
O país está em perigo? Ameaçam voltar os inimigos da Cruz? “Onde há perigo, cresce também o que salva”, escreveu o poeta Hölderlin. Deus nunca permitiu o mal, sem suscitar forças contrárias que o combatessem.
Você precisa fazer login para comentar.