
Na primeira leitura de hoje, Deus perdoa “o opróbrio” das gerações que murmuraram contra ele após o Êxodo. No pórtico da terra prometida, Israel pode celebrar a Páscoa, festa do primogênito de Deus, com um coração limpo (Josué 5, 6-7; Êxodo 4, 22; 12, 12-13).
A reconciliação também está no coração da história que Jesus conta, no Evangelho de hoje. A história do filho pródigo é a história de Israel e de toda a raça humana, mas é, também, a história de todo aquele que crê.
No Batismo, nos é dado o divino direito de nascer novamente numa “nova criação”, como São Paulo coloca na epístola de hoje. Quando pecamos, porém, nos assemelhamos ao filho pródigo da parábola, abandonando a casa do pai, esbanjando toda a herança num esforço de viver sem Ele.
Perdidos no pecado, nos separamos da graça da filiação divina que, no Batismo, nos foi generosamente concedida. Contudo, ainda é possível voltarmos a nós mesmos, retornando ao Pai, como faz o filho pródigo.
Mas somente Ele pode remover o opróbrio e restaurar a filiação divina que desprezamos. Somente Ele pode nos libertar da escravidão do pecado, que nos faz — como o filho pródigo — ver a Deus não como nosso Pai, mas como nosso patrão, a quem servimos como escravos.
Deus não quer escravos, mas filhos. Como o pai, no Evangelho de hoje, Ele deseja ardentemente nos chamar de filhos, para conosco compartilhar a Sua vida, dizendo a cada um de nós: “Tudo o que tenho é teu”.
As palavras de saudade e compaixão do Pai sempre chegam aos Seus filhos pródigos, através do Sacramento da Penitência. Tudo isto é parte do que São Paulo, na Epístola de hoje, chama de “ministério da reconciliação”, confiado por Jesus aos Apóstolos e à Igreja.
Reconciliados como Israel, na Primeira Leitura, assumimos o nosso lugar à mesa da Eucaristia, o banquete de boas-vindas para o qual todos os filhos perdidos são pelo Pai convidados: a nova Páscoa que celebramos, neste lado de cá do paraíso.
“Experimentamos a bondade do Senhor”, como cantamos no Salmo de hoje, regozijando-nos por descobrir que, estando mortos, fomos novamente encontrados com vida.
https://stpaulcenter.com/found-alive-again-scott-hahn-reflects-on-the-fourth-sunday-of-lent/
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