A Igreja comemora, hoje, os protomártires cartuxos Giovanni Houghton, Roberto Lawrence e Agostino Webster e o monge Brigidine Riccardo Reynolds, todos martirizados em 4 de maio de 1535 na forca Tyburn, perto do atual Marble Arch. Eles foram os primeiros a sofrer o martírio por se recusarem a fazer o juramento ao Ato de Supremacia de 1534, que declarou Henrique VIII como chefe supremo da Igreja da Inglaterra.
O terror de Henrique VIII foi revivido por sua filha Elizabeth (nascida de sua amante Ana Bolena), algumas décadas mais tarde, quando assumiu o trono no lugar de sua irmã Maria Tudor (filha da primeira mulher de Henrique VIII), que restabelecera por cinco anos o catolicismo na Inglaterra. Uma vítima do terror elisabetano foi o compositor inglês Peter Philips.
Nascido provavelmente em Londres em 1560 ou 1561, Peter Philips — homônimo de um dos netos da atual Rainha da Inglaterra — foi um sacerdote católico e notável compositor inglês, contemporâneo de Shakespeare. Em 1582, com mais ou menos vinte anos, teve de fugir da Inglaterra por ser católico, e, assim, escapar da perseguição movida aos “papistas” pela rainha Elizabeth.
Não fez como muitos católicos ingleses de então, que optaram por permanecer na Inglaterra e praticar ocultamente a sua fé, como provavelmente terá sido o caso da família de Shakespeare.
Exilado, Peter Philips viveu inicialmente na Holanda. Em 1593, foi acusado pelas autoridades holandesas de ter planejado o assassinato da despótica rainha. Preso e levado a julgamento, foi logo posto em liberdade.
Quatro anos mais tarde, em 1597, mudou-se para Bruxelas, então pertencente ao reino espanhol, onde se tornou organista da capela real do arquiduque Alberto da Áustria.
Foi na Bruxelas espanhola e católica que morreu como cônego, em 1628, depois de haver composto nos principais gêneros de sua época: Missas, madrigais, motetos e música para órgão. Muito de vasta produção se perdeu.
Você precisa fazer login para comentar.