[Quanto às duas maneiras de compreender o que estamos vivento nos últimos doze meses — a visão dita mainstream, propagada pela mídia convencional, e a visão dita “complotista”, propagada sobretudo pela internet, segundo a qual haveria mais coisas entre o céu e a terra da Covid do que pode supor nossa vã filosofia —, o Arcebispo Viganò se enquadra na segunda. O tempo dirá qual visão enxerga mais longe. No texto a seguir, que é trecho de um ensaio mais longo, o arcebispo foragido vale-se do conceito de “dissonância cognitiva”, criado pelo psicólogo social Leon Festinger, para buscar compreender o estranho comportamento da população diante do vírus e das medidas mais radicais adotadas pelo poder público, na Europa e nas Américas, para conter a sua disseminação].

Diante da realidade, é difícil entender por que toda a população mundial se deixou convencer da existência de um vírus pandêmico, ainda a ser isolado, e tenha aceito tão facilmente as restrições à sua liberdade, coisa que, em outros momentos, teria provocado revoluções e barricadas nas ruas.

Ainda mais incompreensível que a ausência de uma verdadeira reação social e política, é a incapacidade de enxergar a realidade em toda a sua crua evidência.

Mas isso se deve, como sabemos, à ação científica de manipulação das massas, que inevitavelmente conduz àquele fenômeno que a psicologia social chama de “dissonância cognitiva”, ou seja, a tensão ou desconforto que sentimos diante de duas ideias opostas e incompatíveis.

O psicólogo e sociólogo Leon Festinger mostrou que esse desconforto nos leva a elaborar nossas convicções de acordo com três modalidades, a fim de reduzir a incongruência psicológica determinada pela dissonância: mudar a própria percepção do fato, mudar o contexto ou mudar o comportamento.

O cidadão comum, incapaz de compreender ou de reconhecer racionalidade naquilo que a mídia difunde obsessivamente sobre a Covid, aceita o absurdo de um vírus influencial que é apresentado como mais devastador que o Ebola, e isto porque não quer aceitar que seus governantes estejam mentindo descaradamente, com o objetivo de conseguir a destruição social, econômica, moral e religiosa do mundo, que alguém decidiu  cancelar.

O homem comum não consegue aceitar que a mentira possa ser vendida como verdade, que os médicos não curam e até matam os pacientes, que os magistrados não intervêm em flagrantes crimes e violações, que os políticos são todos obedientes a um lobby sem rosto, que Bergoglio queira demolir a Igreja de Cristo para substituí-la por uma infernal paródia maçônica.

Assim, por esse desejo de não aceitar o embuste e, portanto, sem desejar posicionar-se contra ele e seus propagadores, ele se refugia na narrativa mainstream, suspendendo seu julgamento e deixando que outros lhe digam o que pensar, mesmo que lhe pareça irracional e contraditório.

Bilhões de pessoas se tornaram escravas voluntariamente, vítimas sacrificais do Moloch globalista, deixando-se persuadir da inevitabilidade de uma situação surreal e absurda.

Aliás, o absurdo do que vemos e do que nos é dito parece fortalecer o raciocínio daqueles que, depois de duzentos anos de revoluções em nome de uma pretensa liberdade, aceitam a tirania como um fato normal e sobem ao patíbulo com a resignação daqueles que, no fundo, estão convencidos de que são culpados de alguma forma.

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