[O que está acontecendo com uma civilização que já não se assusta mais diante de notícias sobre pessoas que se casam com árvores, edredons ou maletas? A jornalista Raffaella Frullone, a seguir, dá alguns exemplos dessa estranha forma de amor que, segundo o politicamente correto, deve ser respeitado. Respeito fundado “num equivocado sentido de liberdade, segundo o qual querer o bem do outro significa apoiar até mesmo suas escolhas mais sem sentido. Se não fosse trágico, certamente seria cômico”].
Sabe-se que love is love e tem um pouco de tudo. O amor é cego, diziam os românticos há algum tempo. Hoje, essa ideia passou a ser tomada exageradamente ao pé da letra. Nos últimos anos, o noticiário nos tem oferecido histórias que, generosamente, poderiam ser chamadas de bizarras, se tragédia e comédia não insistissem em se misturar nos assuntos humanos, ao ponto de nos deixar, na melhor das hipóteses, sem palavras.
No assunto love is love, já tivemos de tudo. Por exemplo, a garota inglesa que “se casou” com uma árvore, no que foi imitada por várias mulheres no México.
Também é inglesa a artista de 49 anos que se “casou” com seu edredom. A notícia foi divulgada pela BBC, que especificou — seguida de documentação fotográfica — que 120 convidados estiveram presentes na “cerimónia”.
Depois, houve Lee Jin Gyu, de nacionalidade coreana, que “se apaixonou por um travesseiro”, decidiu dar-lhe um nome de Dakimakura e com ele se casou.
Na Itália, não deixamos por menos. Temos até a “esposa solteira”, Laura Mesi, professora de ginástica de Brianza que, há alguns anos, decidiu se casar consigo mesma, também com direito a uma cerimônia, festa, convidados e fórmula de compromisso: «Eu, Laura, prometo ser sempre fiel a mim mesma, na alegria e na dor, na saúde e na doença, e me amar e me honrar todos os dias da minha vida».
Portanto, não fiquemos assustados com a notícia veiculada por Mirror, há poucos dias: “Uma mulher de 24 anos, sexualmente atraída por objetos, casa-se com sua maleta, à qual chama de amor de sua vida”. Segundo o artigo, a mulher em questão, Rain Gordon, 24, moscovita, teria “conhecido seu marido” em 2015, em uma loja de ferramentas. Segundo Mirror, a moça, professora de escola maternal, teria declarado: «Durante a minha infância e início da adolescência, apaixonei-me também por lugares, como o novo centro comercial que abriu em minha cidade. Eu sabia que era errado e fora das normas sociais. Por isso, não contei a ninguém.” Depois, anos mais tarde, veio o amor à primeira vista pela maleta, marca Gideon. “Nossa conexão e comunicação espiritual se manifesta telepaticamente. Eu a ouço, ela me ouve, embora de fora pareça um monólogo”. De acordo com o jornal britânico, o “casamento” ocorreu em junho passado: “Rain está agora compartilhando sua história para ajudar a aumentar a consciência a respeito de objetos sexuais e eliminar as ideias equivocadas e os estigmas que rondam esse tipo de orientação sexual”. [https://www.iltimone.org/news-timone/mio-sposo-valigia-lultima-frontiera-del-love-is-love/]
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