Durante a grande tormenta,
A barca de água se enchia.
Recostado a um travesseiro,
Na popa Jesus dormia.
Acordaram-no, assustados,
E puseram-se a implorar:
— Mestre, acaso não te importa
Se perecermos no mar?
Despertando, Jesus disse
Às águas: “Silêncio!”. E ao vento
— Cala-te! —, o viram ordenar
Com o mesmo e firme acento.
Cessou o vento e, depois,
Veio uma grande bonança.
— “Por que tão medrosos sois?
Que é da vossa confiança?”
Com grande medo, entre si
Foram logo cochichar:
— Mas quem será Este, a quem
Obedecem vento e mar?
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