[O cardeal australiano George Pell, de posições conservadoras, vítima recente de um erro judiciário que o manteve preso por mais de um ano, numa Austrália cada vez mais anticristã, não desperdiçou o tempo na cadeia. Além das orações, escreveu um longo diário, com mais de mil páginas, que no próximo ano será publicado pela principal editora católica americana, a Ignatius Press.]
“Este diário revela o cardeal Pell que eu conheço e que todos os fiéis deveriam conhecer”, disse à agência CNA o padre jesuíta Joseph Fessio, fundador e editor da editora Ignatius Press, que publicará o diário que o prelado australiano recém-libertado manteve durante seus meses de prisão.
Pell, acrescenta Fessio, “proclamava Cristo e a doutrina moral da Igreja sem medo e com plena consciência do que isso poderia lhe custar. E ele pagou o preço com bom humor e, como Cristo, com amor por seus inimigos.”
A Ignatius Press espera lançar o livro na primavera de 2021 em forma abreviada — o diário de Pell ocupa mil páginas em sua versão completa — ou um primeiro volume do mesmo. Ainda não está decidido.
“Eu já li a primeira metade do diário e é extraordinário”, acrescenta padre Fessio. “Penso que vai se tornar um clássico da espiritualidade.”
No início de abril passado, a Suprema Corte da Austrália considerou Pell inocente das acusações de pedofilia pelas quais ele havia sido condenado em um julgamento anterior, que lhe custou treze meses e dez dias de prisão.
As alegações de pederastia contra Pell remontam a 2015, quando uma das vítimas relatou à polícia de Victoria, na Austrália, que havia sofrido abusos sexuais em duas ocasiões da parte do cardeal, logo após este ser nomeado arcebispo de Melbourne, em 1996. Para comparecer diante dos tribunais australianos, ele teve de interromper seu trabalho em Roma, onde ocupou um cargo no estratégico Conselho dos Cardeais que assessora o Papa; e sobretudo porque, como responsável pelas finanças do Vaticano, acabara de descobrir um rombo colossal nas contas da Santa Sé.
O julgamento foi realizado em meio a uma furiosa campanha anti-clerical da mídia australiana e, apesar do advogado de defesa provar a impossibilidade física dos fatos alegados, o júri o considerou culpado com base apenas no testemunho do queixoso.
Pell foi até proibido de celebrar Missa na prisão, e um primeiro julgamento de apelação chegou ao mesmo veredicto que o primeiro. O caso provocou fortes críticas à justiça australiana por juristas de todo o mundo anglo-saxão.
https://infovaticana.com/2020/06/22/el-cardenal-george-pell-publicara-su-diario-de-presidiario/
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