medjugorje

Fraude, histeria ou acontecimento sobrenatural? A Igreja esteve dividida, nos últimos quase quarenta anos, a respeito dos estranhos fenômenos que se repetem em Medjugorje, pequena cidade da Bósnia-Herzegovina. Várias investigações científicas, realizadas durante as próprias aparições, descartaram as duas primeiras hipóteses: os videntes não mentem, nem estão doentes da cabeça. Que “algo” aparece, portanto, é coisa líquida e certa.

Medjugorje, que parece não ter prazo de validade, intriga alguns teólogos e investigadores. Uma das dificuldades — além dos presumíveis dez segredos revelados aos seis videntes — é a duração das aparições: quase quarenta anos, desde 24 de junho de 1981. “Será mesmo a Virgem Maria?”, questionam eles, alegando desvio da norma em relação à “estrutura” permanente das aparições, que sempre foram bem limitadas no tempo.

Há os que preferem pensar na presença do demônio, que apareceria travestido de Nossa Senhora. Essa hipótese foi descartada por um dos principais demonólogos da nossa época, o já falecido padre Gabrielle Amorth, que foi exorcista da diocese de Roma e expert nos ardis demoníacos.

É impressionante o poder de Medjugorje de inspirar padres do mundo inteiro, que, acompanhando peregrinações de paroquianos, voltam às suas cidades ao mesmo tempo que retornam à ortodoxia católica, estimulando confissões mensais, celebrando missas diárias, recomendando a reza diária do Santo Rosário, além da prática do jejum a pão e água duas vezes por semana e a leitura das Sagradas Escrituras — que os modernistas logo classificam como lamentável retrocesso à Idade Média, enquanto tradicionalistas apontam problemas nalgumas mensagens recebidas pelos videntes e no comportamento de alguns desses.

Em 2010, Papa Bento XVI (que nunca demonstrou entusiasmo por Medjugorje) instituía a Comissão Internacional de Investigação sobre as aparições, presidida pelo cardeal Camillo Ruini, nome influente na Cúria Romana.

No dia 15 de janeiro de 2014, a comissão concluiu oficialmente o seu trabalho, cujo relatório se encontra nas mãos do Papa Francisco (que tem em comum com seu antecessor pelo menos isto: também nunca demonstrou entusiasmo por Medjugorje).

Além das aparições, o dossiê da “comissão Ruini” (como ficou conhecido o grupo, composto de dezessete membros) compreende interrogatórios com os videntes e suas testemunhas, as centenas de processos com curas milagrosas, conversões em massa etc. Depois do encerramento do trabalho, algumas coisas vazaram à imprensa, como a posição favorável do grupo pelo reconhecimento do início das aparições (sete primeiros dias).

Há pouco mais de uma semana (7 de fevereiro de 2020), um famoso jornalista e apresentador de TV italiano, David Murgia, avisava em seu blog que estava de posse de uma cópia do “relatório Ruini”, com cerca de trinta páginas, do qual transcreve as passagens mais importantes. Escreve o jornalista:

“Vocês se lembrarão de que, há algum tempo, disse que recebi um pacote referente a Medjugorje. Basicamente, eu tinha em minhas mãos o relatório final da Comissão Internacional de Inquérito sobre os fenômenos de Medjugorje —  também chamado de relatório da comissão Ruini, porque presidida pelo cardeal Camillo Ruini — ou seja, o documento final elaborado pela comissão pontifícia criada por Bento XVI para julgar a sobrenaturalidade ou não  dos fenômenos que acontecem lá. Agora, todo mundo conhece minha posição sobre os fatos de Medjugorje: era cético, e depois a passei um julgamento muito favorável porque fui lá, várias vezes, e vi o que aconteceu em Medjugorje (e ainda acontece). Depois de verificar sua autenticidade, li o relatório inteiro muitas vezes; e não exagero se confesso que minhas mãos tremiam ao fazê-lo.  Uma verdadeira obra-prima. Uma investigação verdadeira que, pela metodologia e pesquisa, devia ser estudada e proposta como modelo nas universidades.”

Em síntese, o relatório da comissão pontifica, presidida pelo cardeal Ruini, teria chegado à seguinte conclusão: 1. Está excluída  a origem demoníaca das aparições; 2. Não há manipulação dos videntes; 3. São verdadeiras as primeiras sete aparições; 4. A comissão considera banais as mensagens de Nossa Senhora presumivelmente transmitidas aos videntes; 5. Os segredos não têm aprovação eclesiástica 6. Os videntes têm um relacionamento ambíguo com o dinheiro (especialmente em um caso); 7. É necessário um novo santuário para abrigar tantos peregrinos.

https://ilsegnodigiona.com/2020/02/07/rapporto-su-medjugorje-la-relazione-top-secret-della-commissione-pontificia-esclusa-origine-demoniaca-nessuna-manipolazione-vere-le-prime-sette-apparizioni-banali-i-messaggi-della-go/

 

 

 

 

 

 

Publicidade