A festa de hoje recorda a apresentação do Senhor Jesus no Templo, quarenta dias depois de seu nascimento. Como primogênito, ele pertencia a Deus. De acordo com a Lei, Maria e José foram obrigados a levá-lo ao Templo e “redimi-lo”, pagando cinco moedas. Ao mesmo tempo, a Lei exigia que a mãe da criança oferecesse sacrifício para livrar-se da impureza ritual provocada pelo parto.
Assim, a festa que celebramos mostra uma curiosa sucessão de acontecimentos, em que o Redentor parecia ter sido redimido; e Aquela, que era toda pura, se apresentava para ser purificada. Tal é a humildade do nosso Deus, tal a humildade da Santíssima Virgem. Eles se submeteram à Lei, mesmo não estando sujeitos a ela.
No entanto, a narrativa do Evangelho em nenhum lugar menciona a “redenção” de Jesus, mas parece descrever, em vez disso, uma consagração religiosa (como a de um padre). São Lucas nos diz que Jesus é “apresentado” no templo, usando o mesmo verbo que São Paulo usa para descrever a oferta de um sacrifício (Romanos 12, 1). Outro paralelo é a dedicação de Samuel ao Templo como sacerdote (1 Sm 1, 24-27), no Antigo Testamento.
A trama em torno da concepção e nascimento de Jesus começou no Templo, quando o arcanjo visitou um parente de Maria, Zacarias, o sacerdote. E. agora, a história da infância de Jesus chega a uma conclusão apropriada, novamente no Templo.
Todas as leituras de hoje dizem respeito a Jerusalém, ao Templo e a rituais de sacrifício. A primeira leitura vem do profeta Malaquias, que conclamou os sacerdotes a retornarem ao serviço fiel, predizendo o tempo da chegada de um Messias para purificar definitivamente o sacerdócio.
Da mesma forma, o Salmo anuncia a Jerusalém que Jerusalém está prestes a receber um grande visitante. O salmista o identifica como “o Senhor dos Exércitos”, “o rei da glória.”
Agora, Cristo chega como o longamente esperado sacerdote e redentor. Ele também é o sacrifício. De fato, como sua vida mostrará, Ele é o próprio Templo (João 2, 19-21).
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