Shaw,_Belloc_e_Chesterton

Há uma passagem interessante, no livro Convertidos literários, de Joseph Pearce (Camboriú, Editora Danúbio, 2017, p. 73-4) na qual o autor fala da campanha do poeta e escritor Hilaire Belloc a deputado, em 1906.

Belloc, grande amigo de Chesterton, estava concorrendo pelos liberais de South Salford. Foi uma disputa muito difícil, na qual os adversários conservadores do escritor, pensando certamente nos eleitores anglicanos, trataram de usar a religião e a nacionalidade de Belloc (era francês e católico) como recurso para deixá-lo em desvantagem. E então criaram o slogan: “Não vote num francês católico”.

Pearce conta que Belloc reagiu de maneira bem sua. Em seu primeiro comício, levantou-se e dirigiu-se à grande plateia, dizendo com firmeza:

“Cavalheiros, sou católico. Dentro do possível, vou a missa todos os dias. Isto (e tirou do bolso o Rosário) é um Rosário. Dentro do possível, me ajoelho e rezo essas contas todos os dias. Se vós me rejeitardes em função da minha religião, hei de agradecer a Deus por me poupar da baixeza de ser o vosso representante.”

“Após um instante de silêncio deslumbrado”, finaliza Pearce, “a multidão irrompeu num estrondo de aplausos. Belloc foi eleito.”

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