preghiera

Confusão, erros e heresias, ateísmo líquido, insultos a Deus: estas são apenas algumas das expressões usadas para descrever a situação atual da Igreja, contidas tanto nas últimas intervenções do cardeal Raymond Burke e do monsenhor Athanasius Schneider, como do cardeal Robert Sarah. São descrições muito claras, que nem necessitam de explicações, tão evidente é o que está acontecendo. Além disso, a multiplicação de iniciativas de oração pública, em Roma e em outros lugares, que precederão o Sínodo da Amazônia, explica muito bem qual é o sentimento generalizado entre os católicos, atualmente. Os julgamentos dos cardeais e bispos acima mencionados, a respeito do que está acontecendo na Igreja, devem ser objetos de nossa meditação. Não são puras recriminações, nem nostalgia do passado. Ao contrário, trata-se de amor pela verdade, mercadoria que anda muito rara em nossos tempos.

E este também é o caminho a seguir para superar a crise atual. Em particular, dois aspectos devem ser enfatizados. Antes de tudo, a necessidade de “fazer todo o possível para defender a fé em sua integridade”, como disse o cardeal Burke em entrevista à Nuova Bussola Quotidiana. E isso também implica chamar o papa de volta à defesa da fé, embora hoje tenha sido “criada uma atmosfera de infalibilidade quase total de todas as palavras do Papa”, com certo linchamento midiático daqueles que ousam mostrar preocupação por certos desvios que discutem a fé baseada na tradição apostólica.

É bem pontual a citação do bispo Melchior Cano, no Concílio de Trento, mencionada pelo cardeal Burke e o monsenhor Schneider: «Pedro não precisa de nossa adulação. Os que defendem cega e indiscriminadamente todas as decisões do Sumo Pontífice são os que mais debilitam a autoridade da Santa Sé: eles destroem, em vez de fortalecer as suas bases». E assim concluem Burke e Schneider: “Quanto mais os leigos, sacerdotes e bispos respeitem a integridade do Depósito da Fé e a defendem, tanto mais estarão apoiando o Papa em seu ministério petrino”.

E eis, por fim, o segundo aspecto que gostaríamos de sublinhar. O cardeal Robert Sarah disse, em entrevista recente, que “são os santos que mudam a história”. A história da igreja, acima de tudo. A verdadeira defesa da fé, em sua integridade, está numa vida que busque a santidade. É precisamente o desejo de ser santos que os faz reconhecer, com mais clareza, o perigo dos “atalhos” que levam à perdição; e é esse desejo que os tornam indomáveis na defesa da verdade, mesmo quando devem ir contra a corrente, inclusive dentro da Igreja.

Existe, portanto, uma forte ligação entre essas intervenções dos últimos dias, que se somam a outras também recentes, feitas por outros bispos e cardeais. A situação complicada e, às vezes, inquietante que a Igreja está vivendo hoje, deve ser um estímulo para que todos — leigos, sacerdotes, bispos — peçam ao Senhor a Graça de permanecer na Verdade, crescer na fé e desejar a santidade acima de todas as coisas.

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