Para ouvir a homilia do Padre Paulo Ricardo, “Qual é mesmo o preço do nosso pecado?”, clicar AQUI. Se a única solução que Deus encontrou para nos perdoar os pecados e livrar do inferno foi a Cruz, se os nossos crimes custaram o sangue do próprio Deus feito carne… das duas uma: ou o pecado é mesmo uma coisa muito séria, ou nossa época perdeu por completo a noção do que ele seja e está a brincar com a própria salvação. É o que Padre Paulo Ricardo medita nesta homilia, comentando o evangelho da mulher adúltera e fazendo-nos adentrar no tempo litúrgico da Paixão do Senhor.

 

AS COISAS NOVAS (Meditação de Scott Hahn)

A Liturgia desta Quaresma nos mostrou o Deus do Êxodo. Ele é um Deus poderoso e cheio de graça, o Qual, inteiramente fiel à sua aliança, fez “grandes coisas” para o Seu povo, como diz o Salmo de hoje.

Mas as “coisas de muito tempo atrás”, como Isaías nos diz na primeira leitura de hoje, não são nada em comparação com o “algo novo” que Ele fará no futuro.

A primeira leitura de hoje e o salmo recordam os maravilhosos acontecimentos do Êxodo. Ambos vêem no Êxodo um padrão e uma profecia do futuro, quando Deus restaurará a sorte de Seu povo caído em pecado. As leituras de hoje antecipam um Êxodo ainda maior, quando Deus se reunirá às tribos exiladas de Israel que se espalharam pelos quatro cantos do mundo.

O novo Êxodo, que Israel tanto esperava, chegou com a morte e ressurreição de Jesus. Como a mulher adúltera no evangelho de hoje, todos foram poupados pela compaixão do Senhor. Todos ouviram Suas palavras de perdão, Seu apelo ao arrependimento, para não mais pecarem. Como Paulo na epístola de hoje, Cristo tomou posse de todos, assumindo cada um como filho do nosso Pai celestial.

Através da Igreja, Deus formou um povo para Si mesmo, destinado a anunciar o Seu louvor, exatamente como Isaías disse que Ele  faria. E como Isaías prometeu, Ele deu de beber água viva a Seu “povo eleito”, nas terras desérticas do mundo (João 7, 37–39).

Mas o nosso Deus é sempre um Deus do futuro, não do passado. Devemos viver com corações esperançosos, “esquecendo o que passou, mas nos esforçando para seguir adiante”, como Paulo nos diz. Sua salvação, diz Paulo, é um poder no presente, “o poder de sua ressurreição”.

Devemos viver aguardando um Êxodo ainda maior e final, perseguindo “a meta, rumo ao prêmio, que, do alto, Deus” nos chama a receber em Cristo, lutando com fé para alcançar a última novidade que Deus nos promete: a ressurreição dos mortos.

https://stpaulcenter.com/something-new-scott-hahn-reflects-on-the-fifth-sunday-of-lent/#

 

 PRIMEIRA LEITURA DA MISSA (Isaías 43, 16-21)

Eis que eu farei coisas novas

Isto diz o Senhor, que abriu uma passagem no mar e um caminho entre águas impetuosas; que pôs a perder carros e cavalos, tropas e homens corajosos; pois estão todos mortos e não ressuscitarão, foram abafados como mecha de pano e apagaram-se:

“Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as conheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca. Hão de glorificar-me os animais selvagens, os dragões e os avestruzes, porque fiz brotar água no deserto e rios na terra seca para dar de beber a meu povo, a meus escolhidos. Este povo, eu o criei para mim e ele cantará meus louvores”.

 

SALMO 125

Maravilhas da reconciliação

(Antífona): Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

— Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.

— Entre os gentios se dizia: “Maravilhas fez com eles o Senhor!” Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

— Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes, no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas ceifarão com alegria.

— Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!

 

SEGUNDA LEITURA DA MISSA (Filipenses 3, 8-14)

Correndo para alcançar Quem já nos alcançou

Irmãos: Na verdade, considero tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele, não com minha justiça provindo da Lei, mas com a justiça por meio da fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé.

Esta consiste em conhecer a Cristo, experimentar a força de sua ressurreição, ficar em comunhão com os seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na sua morte, para ver se alcanço a ressurreição dentre os mortos. Não que já tenha recebido tudo isso ou que já seja perfeito. Mas corro para alcançá-lo, visto que já fui alcançado por Cristo Jesus.

Irmãos, eu não julgo já tê-lo alcançado. Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente. Corro direto para a meta, rumo ao prêmio, que, do alto, Deus me chama a receber em Cristo Jesus.

 

EVANGELHO (São João 8, 1-11)

As condições da misericórdia

Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los.

Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés, na Lei, mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?”

Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.

E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio do povo.

Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles?” Ninguém te condenou?”

Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”.

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