Aqui estão duas listas de dez livros que ofereço ao leitor de The catholic thing. Os livros da primeira lista são mais breves; mas são também provocativos e profundos. A segunda lista contém livros de tamanho e alcance um pouco maiores. Tentei incluir livros com vários pontos de vista, focalizando diferentes aspectos da inteligência humana. Poderia montar facilmente outros conjuntos de dez livros com o mesmo propósito, mas o meu objetivo, aqui, é fornecer um guia, uma base que possa se sustentar por si mesma. Não são poucas as pessoas que já conhecerão esses livros, ou aqueles outros que poderiam ser incluídos na lista. O que ofereço é simplesmente aquilo que julguei digno de ser lido.
Meu interesse, com isso, é auxiliar alguém que queira começar, mas não saiba para onde ir. Espero que tais livros, se lidos, possam constituir uma pequena, mas sólida “biblioteca“, por assim dizer. Suponho que a maioria deles também já esteja no formato de e-books e poderiam ser reunidos numa pasta de computador. Foram concebidos para deixar claro, a quem os ler, que a inteligência católica, apesar de (ou talvez por causa de) toda a sua própria turbulência, é aquilo que diz ser: uma busca universal, inteligente e coerente da verdade. O catolicismo é uma religião intelectual; entende que a revelação divina é dirigida para a razão e deve ser compreendida à sua luz, devendo, portanto, para ser fiel a si mesma, incluir não apenas o conhecimento que recebeu por revelação, mas o que vem pela experiência, pela reflexão filosófica e outras formas de aprendizado.
Seguem as duas listas.
PRIMEIRA LISTA
1) J. M. Bochenski, Philosophy – An Introduction (Filosofia – Uma Introdução)
2) G. K. Chesterton, Orthodoxy (Ortodoxia)
3) E. F. Schumacher, A Guide for the Perplexed (Um guia para os perplexos)
4) Robert Spitzer, New Cosmological Proofs for the Existence of God (Novas Provas Cosmológicas para a existência de Deus)
5) Joseph Pieper, An Anthology (Uma antologia)
6) Robert Sokolowski, The God of Faith and Reason (O Deus da fé e da razão)
7) Peter Kreeft, The Philosophy of Tolkien (A filosofia de Tolkien)
8) Mario d’Souza, Being in the World: A Quotable Maritain Reader (Ser no mundo: uma introdução a Maritain)
9) Robert Reilly, The Closing of the Muslim Mind (O retraimento da mentalidade muçulmana)
10) Pierre Manent, Seeing Things Politically (Vendo as coisas politicamente)
SEGUNDA LISTA
1) Robert Royal, A Deeper Vision: The Catholic Intellectual Tradition in the Twentieth Century (Uma visão mais profunda: a tradição intelectual católica no século XX)
2) Robert Sokolowski, The Phenomenology of the Human Person (Fenomenologia da pessoa humana)
3) Bento XVI, , Jesus of Nazareth (Jesus de Nazaré)
4) John D. Mueller, Redeeming Economics (Redimindo a economia)
5) Etienne Gilson, The Unity of Philosophic Experience (A unidade da experiência filosófica)
6) Edward Feser, Scholastic Metaphysics: A Contemporary Introduction (Metafísica escolástica: uma introdução contemporânea)
7) David Schindler, A Robert Spaemann Reader (Introdução a Robert Spaemann)
8) Robert Reilly, Making Gay Okay (Ok ao mundo gay)
9) Michael Chaberek, Catholicism and Evolution (Catolicismo e evolução)
10) David Walsh, The Politics of the Person as the Politics of Being (Política da pessoa como política do ser)
Tais são os livros, sobre vários assuntos, que eu recomendaria ao leitor. É óbvio que, ao final de tais listas curtas, vêm de imediato à lembrança outros livros que deveriam ter sido incluídos. Penso em Lenda da Idade Média, de Rémi Brague, A Tradição como Desafio, de Josef Pieper, O Outro Solzhenitsyn, de Daniel Mahoney e Do Big Bang ao Big Mystery: origens humanas à luz da criação e evolução, de Brendan Purcell.
Há, também, toda uma lista de outros autores — John Finnis, Robert George, George Weigel, Alasdair MacIntyre, Charles Taylor, John Haldane, Peter Redpath, Yves Simon, Hilaire Belloc, Ronald Knox, Sigrid Undset, Bernard Lonergan, Stanley Jaki, Michael Novak, Mary Ann Glendon e uma série de outros. . . .
Finalmente, há aqueles livros que todos deveríamos ler e reler, de autores como Platão e Aristóteles, Virgílio e Agostinho, Tomás de Aquino e Dante, Shakespeare e Samuel Johnson, John Henry Newman.
Tudo bem. Mas o que espero é que essas listas logrem proporcionar, nas almas daqueles que as acolherem, um ponto de partida ou impulso intelectual, uma consciência de que o catolicismo faz sentido quando o vemos explicado por aqueles que sabem de que se trata (aqueles que, como se diz no beisebol, “sabem como anda placar”).
Não é preciso ser crente para ver essa coerência expessa em seus próprios termos. Questões como a fé e a graça também estão dentro dessa tradição. Não estamos perdidos. A mente católica é realmente uma mente; vale a pena que nos custe um pouco conhecê-la em seus próprios termos. Espero que os livros sugeridos possam fornecer uma maneira e uma razão para compreendermos melhor aquilo que somos. (16/01/2018)
https://www.thecatholicthing.org/2018/01/16/two-lists-of-ten-books-and-more/
Republicou isso em Memórias ao Vento.
CurtirCurtir