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Catecismo da Igreja Católica – 362 -365

A pessoa humana, criada à imagem de Deus, é um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual. O relato bíblico expressa esta realidade com uma linguagem simbólica, ao afirmar que “O Senhor Deus formou o ser homem com o pó do solo, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida, e ele tornou-se um ser vivente (Gn 2,7). Portanto, o homem, em sua totalidade, é querido por Deus.

Muitas vezes, na Sagrada Escritura, o termo alma designa a vida humana ou a pessoa humana inteira. Entretanto, designa também o que há de mais íntimo no homem e o que há nele de maior valor, aquilo que mais particularmente o faz ser imagem de Deus: “alma” significa o princípio espiritual no homem.

O corpo do homem participa da dignidade da “imagem de Deus”: ele é corpo humano precisamente porque é animado pela alma espiritual. É a pessoa humana inteira que está destinada a tornar-se, no Corpo de Cristo, Templo do Espírito.

Unidade de corpo e alma, o homem, por sua própria condição corporal, sintetiza em si os elementos do mundo material, que nele assim atingem sua plenitude e apresentam livremente ao Criador uma voz de louvor. Portanto, não é lícito ao homem desprezar a vida corporal; ao contrário, ele deve estimar e honrar seu corpo, porque criado por Deus e destinado à ressurreição no último dia”.

A unidade da alma e do corpo é tão profunda que se deve considerar a alma como a “forma” do corpo, ou seja, graças à alma espiritual, o corpo constituído de matéria é um corpo humano e vivo. O espírito e a matéria no homem são duas naturezas unidas, mas sua união forma uma única natureza.

A Igreja ensina que cada alma espiritual é diretamente criada por Deus – não é “produzida” pelos pais – e é imortal: ela não perece no momento de sua separação do corpo na morte e se unirá novamente ao corpo na ressurreição final.

Ocorre, por vezes, que a alma aparece distinta do espírito. Assim, São Paulo reza para que todo o nosso ser “o espírito, a alma e o corpo”, seja guardado irrepreensível para a vinda de nosso Senhor” (1Ts 5, 23). A Igreja ensina que esta distinção não introduz a dualidade da alma. “Espírito” significa que o homem está ordenado desde a sua criação para seu fim sobrenatural, e que sua alma é capaz de ser elevada gratuitamente à comunhão com Deus.

A tradição espiritual da Igreja insiste também no coração, no sentido bíblico de “profundidade do ser” (“nas entranhas”: Jr 31, 33), onde a pessoa se decide ou não por Deus.