1. Fosse em bosque ou ribeira,
Eu procurava, sempre, o meu Querido;
Minha voz carpideira
Ressoava em seu ouvido
Pra que Dele jamais fosse esquecido…
2. Ó esperança triunfante!
Ó bem da minha vida, Deus eterno!
Feliz aquele instante
Em que o coração terno
Salvastes súbito do inferno.
Não foi mortal ferida,
Senhor, que recebi de Vossa mão:
Foi graça desmedida,
Um bem sem proporção,
Maior que toda a humana compreensão.
Minha alma, que perdida
Estava nos abismos do pecado,
Por Vós foi redimida;
Por Vós foi apagado
O que por Vós já tinha sido desculpado.
Que graças posso dar,
Senhor, por tão sublime benefício,
Senão Vos gloriar,
Oferecendo-Vos o ofício
De minha alma em perpétuo sacrifício?
(Fray Luis de León, um dos maiores poetas de língua espanhola, foi um religioso agostiniano español, que viveu entre 1527 e 1591).
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